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Eclipse anular do sol: como observar o fenômeno com segurança

No dia 14 de outubro de 2023, os olhos do mundo estarão voltados para o céu para observar um deslumbrante espetáculo: o eclipse anular do sol.


Este fenômeno astronômico ocorre quando a lua se alinha entre a Terra e o sol, cobrindo a maior parte do disco solar e deixando apenas um "anel de fogo" brilhante ao redor da borda.


Esse tipo de eclipse ocorre quando a lua está em seu apogeu, o ponto mais distante de sua órbita da Terra. Nesse momento, a lua parece menor do que o sol no céu, o que permite que o "anel de fogo" seja visível durante o eclipse.


Os eclipses anulares do sol não são raros, a questão é que é visível como anular em apenas uma faixa estreita da Terra. E numa faixa maior é visto como parcial. O mesmo ocorre com os eclipses totais do sol.


O último eclipse anular do Sol ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível do Brasil. No ano que vem teremos um eclipse total do Sol visível como total nos Estados Unidos e depois teremos em 2 de outubro um eclipse anular do sol visível como anular no extremo sul da América do Sul. Somente em 6 de fevereiro de 2028 haverá um outro eclipse anular visível no Brasil e a faixa de anularidade passará somente pela região norte brasileira.


Cuidados para observar o fenômeno:


A observação do sol, mesmo com o auxílio de aparelhos óticos, causa graves riscos para a visão humana se os procedimentos de segurança corretos não forem acautelados. Uma má utilização dos filtros solares ou de aparelhos de observação, assim como a observação direta, podem causar cegueira instantânea ou gradual sem regressão!


Em hipótese alguma se deve olhar diretamente para o sol, nem mesmo com o uso de películas de raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro. A exposição, mesmo de poucos segundos, danifica a retina de modo irreversível. Para olhar diretamente para o sol somente com o uso de filtros solares apropriados:

Nunca use um telescópio, pois o dano será imediato e também irreversível. Somente se pode usar telescópio apropriado, com filtro apropriado e sob supervisão de profissionais.

Regras de segurança:

1ª regra: NUNCA observar o sol directamente sem filtros solares oculares*.


2ª regra: NUNCA usar óculos escuros, vidros negros de fumo, películas ou negativos fotográficos, radiografias, disquetes, CDs, DVDs, filtros de gelatina, polaróides, filtros Wratten, folhas de alumínio em quaisquer ocasiões e circunstâncias na observação do Sol. Não é recomendável o uso de quaisquer filtros de soldador abaixo do #14.


3ª regra: NUNCA usar os filtros solares oculares combinados com binóculos, câmaras fotográficas, telescópios ou outros instrumentos ópticos. Estes filtros solares SÓ devem ser usados para observação ocular directa, fazendo intervalos frequentes para descanso a fim do olho não aquecer demasiado.


4ª regra: NUNCA colocar os filtros solares na ocular do instrumento óptico, ou seja, na lente onde se espreita para ver através dos binóculos ou telescópio. Nesta situação o filtro solar derrete deixando entrar intensidade suficiente para queimar a retina.


5ª regra: NUNCA fazer uso dos filtros solares oculares já utilizados ou que estejam guardados, antes de os testar adequadamente, pois porque podem ter microfuros, arranhões ou imperfeições que deixem passar mais radiação do que a permitida. Lembre-se que a queimadura do olho é indolor, o perigo é demasiado e arrisca a sua saúde. Antes de usá-los deve testar a segurança olhando através deles para uma luz muito forte (e próxima) em casa e procurar por falhas, furos e riscos.


6ª regra: NUNCA exceder a observação contínua com óculos de protecção especial por períodos de mais 30 segundos, fazendo sempre intervalos de 3 minutos de descanso. Evita-se, desta forma, a acumulação de calor na retina. IMPORTANTE lembrar que o aquecimento da retina não é sentido tal como se sente o aquecimento da pele, uma vez que a queimadura da retina é INDOLOR! Se prolongar demasiado a observação, a retina aquece sem se aperceber e pode causar lesões irreversíveis, incluindo a cegueira parcial ou total. Além disso evita-se que o filtro aqueça em demasia, reduzindo a possibilidade de deteriorar o plástico do filtro.


* Os filtros solares oculares são vendidos nalgumas lojas de material astronómico ou em revistas de astronomia (estrangeiras) nestas ocasiões. Devem ter marca CEobrigatória, cumprindo a Norma Europeia EN 169/1992 e a Directiva Europeia CEE 89/686.


A indicação é usar óculos de eclipse ou filtro de solda.


Uma outra forma é a projeção, ou seja observação indireta. É bem fácil construir um aparato. Pode-se simplesmente usar um pedaço de papelão, como por exemplo uma tampa de caixa de pizza, e fazer um furo no meio. Coloca-se um papel branco no chão e direciona-se o furo para a direção do sol.

O eclipse é visto tranquilamente no papel no chão. Há uma série de construções interessantes para a observação indireta.

O Observatório Nacional vai transmitir o eclipse anular do Sol em uma edição do evento virtual "O céu em sua casa: observação remota". Essa é uma ótima opção para as pessoas acompanharem o evento com segurança.


*Com informações do Observatório Nacional


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