Os efeitos do uso excessivo de telas (celular, tablet, videogame) na visão das crianças e adolescentes já são bem conhecidos.
No entanto, as telas também podem ter impacto direto na saúde dos olhos das crianças pequenas, menores de 5 anos, que atualmente entram em contato com dispositivos eletrônicos cada vez mais cedo.
Segundo levantamento da AVG Digital Diaries, divisão de pesquisa sobre tecnologia e infância da empresa AVG, 73% das crianças, com idades entre 3 e 5 anos, já sabem fazer uso de ele- trônicos, mas grande parte ainda não sabe escrever o próprio nome.
A fase de vida em que a criança desenvolve os sistemas cognitivo e motor é na primeira infância. A maioria dos conhecimentos obtidos acontece até os 2 anos, quando a criança começa a ter a percepção de suas habilidades. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças até 2 anos não tenham contato com telas, uma vez que elas podem causar atraso no desenvolvimento de ha- bilidades como a linguagem, convívio social e visão.
Até completarem 2 meses de idade, os bebês só con- seguem ver com exatidão rostos e objetos posicionados num raio de distância que varia entre 20 a 30 centímetros.
A musculatura do olho, quando o foco é próxi- mo, precisa estar contraída. Quando as crianças ficam por muito tempo olhando para as telas próximas, essa musculatura permanece contraída.
Para enxergar de longe, é preciso que haja um rela- xamento que vai demorar mais tempo a ser alcançado. Por isso, não é indicado que o olhar permaneça fixo por muito tempo num mesmo ponto. Para que não haja danos à visão, é importante que a criança brinque com objetos como móbiles, bichinhos e outros brin- quedos que se movimentem, para exercitar o olhar, as noções espaciais e de profundidade.
Então, o cérebro da criança se desenvolve através de estímulos e interações sociais, e o uso de telas pre- judica esse processo. Com a falta de estímulos, muitas crianças entram na escola já com déficit de atenção. Segundo a pesquisa “Associação entre tempo de exibição e as crianças”, publicada no JAMA Pediatrics, quanto maior o tempo de exposição às telas, pior o desenvolvimento cognitivo e esse tempo pode influenciar na visão e na interpretação audiovisual.
“Para enxergar de longe, é preciso que haja um relaxamento que vai demorar mais tempo a ser alcançado. Por isso, não é indicado que o olhar permaneça fixo por muito tempo num mesmo ponto.”
Crianças no celular: saiba o tempo ideal para cada idade
Menores de 2 anos:
nenhum contato com telas ou videogames.
Dos 2 aos 5 anos:
até uma hora por dia.
Dos 6 aos 10 anos:
entre uma e duas horas por dia.
Dos 11 aos 18 anos:
entre duas e três horas por dia.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Portal Primeiros 1.000 dias