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Glaucoma na infância. Sinais de alerta

O que é glaucoma congênito?


O glaucoma congênito é uma condição rara dos olhos, afetando 1 em cada 10.000 nascimentos. Afeta desde recém-nascidos até crianças por volta dos 3 anos de idade, sendo mais comum em meninos, e atingindo na maioria das vezes os dois olhos. Sua principal causa é o aumento da pressão ocular devido a uma malformação no desenvolvimento do olhinho do bebê, ainda na gestação.

Dentro dos olhos, há uma produção constante de um líquido chamado humor aquoso. Para que a pressão ocular se mantenha estável, este líquido deve sair dos olhos por um “ralo”, chamado seio camerular, havendo, desta forma, um equilíbrio entre a quantidade de líquido que é produzida e drenada dos olhos.

Quando ocorre uma alteração na formação deste “ralo” natural do olho, existe o risco do humor aquoso não conseguir sair do olho, aumentando a pressão ocular, e o bebê desenvolver o glaucoma congênito.

Esse aumento da pressão ocular pode danificar o nervo óptico e levar à perda da visão. O diagnóstico e o tratamento precoces oferecem a melhor esperança de prevenir a cegueira.


Sinais de alerta


Os casos de glaucoma congênito primário, ou seja, aqueles que acometem bebês e crianças antes dos três anos, se apresentam classicamente com olhos grandes e opacos. Isso acontece devido aos tecidos dos olhos das crianças destas idades ainda ser maleável e sofrer muita influência da pressão intraocular alta, então os olhos aumentam de tamanho.

O aumento da pressão intraocular também causa edema de córnea deixando o olho acometido com uma aparência azulada e perda do brilho no olhar.

O bebê costuma apresentar fotofobia intensa, ou seja, intolerância à luz, tanto na iluminação natural como artificial.


Outro sintoma é o blefaroespasmo, que significa que o bebê mantém os olhinhos fechados e apertados principalmente quando expostos à luz, em consequência da fotofobia e do desconforto devido as alterações da córnea.

E por fim, o lacrimejamento excessivo, que não está associado ao choro. Este sintoma não é exclusivo de pacientes com glaucoma, podendo estar presente na obstrução do ducto nasolacrimal ou conjuntivites, por exemplo.

Se o seu bebê apresenta algum destes sintomas, ele precisa ser avaliado por um oftalmologista o mais breve possível.

O glaucoma juvenil, que acomete crianças após os três anos, é assintomático, semelhante ao glaucoma adulto, e este é mais um motivo pelo qual as crianças precisam fazer consultas oftalmológicas periódicas.


Meu filho tem Glaucoma. E agora?


Confirmado o diagnóstico de glaucoma infantil o tratamento deverá ser iniciado de acordo com o tipo de glaucoma.

Em caso de glaucoma congênito primário, que geralmente se manifesta até os 6 meses de vida podendo surgir até os 2 anos, o primeiro tratamento indicado é cirúrgico, pois ele decorre de uma alteração na formação das estruturas oculares.

Quando o glaucoma decorre de alguma outra condição, se trata de glaucoma secundário, e a sua causa específica tem que ser avaliada para indicar o tratamento cirúrgico ou medicamentoso – colírio.

No caso do glaucoma juvenil, que se inicia tardiamente, o tratamento é iniciado com colírios e a indicação de cirurgia varia com cada caso.

Podem ser necessárias várias intervenções cirúrgicas, o que depende da gravidade e característica de cada paciente.

O acompanhamento deve ser feito pela vida toda, mesmo que apresente bom resultado com a cirurgia e não necessite de uso de colírios, pois ao longo dos anos pode ocorrer a evolução da doença e ser necessário tratamento adicional.



*Sociedade Brasileira de Glaucoma

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