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Problemas que afetam o motorista que chegou à terceira idade



Ofuscamento é uma cegueira momentânea causada pelo excesso de luz em nossos olhos.


A visão humana pode levar até sete segundos para se recuperar de um ofuscamento. Um veículo, a uma velocidade de 80 km/h, poderá percorrer até 155 metros antes que seu condutor recupere a visão plena. Um risco para a condução.


Uma das principais formas de ofuscamento é aquela causada pela incidência direta de raios solares. Essa incidência de luz ocorre geralmente no início da manhã e no final da tarde, quando o sol está muito próximo do horizonte.



A primeira dica é o uso de óculos de sol, pois ele reduz a fadiga ocular, o risco de ofuscamento e a cegueira temporária. No entanto, 20% dos motoristas não usam sempre o acessório.

Veja outras:


1)O para-sol deve sempre ser extensível e dobrável e ser usado apenas em momentos específicos de grande brilho, pois reduz o campo de visão.


2) Use óculos polarizados com cristais e de cor esverdeada, cinza ou marrom.


3) Se houver o ofuscamento, o condutor deve reduzir a velocidade e nunca realizar paradas bruscas.


4) Se o condutor estiver dirigindo na linha de frente do sol, é possível parar e esperar 5 minutos para o sol mudar de direção.


5) Para o condutor que estiver dirigindo por muitas horas com a incidência de luz solar, o ideal é fazer paradas regulares para descansar os olhos. 6) Ligue sempre a luz baixa, se o veículo não tiver luzes diurnas (LCD) – dessa forma você percebe melhor quem se aproxima, além de ser visto a uma distância maior. 7) O condutor nunca deve dirigir com óculos de sol à noite ou em áreas escuras ou túneis. 8) Ir anualmente no oftalmologista também é uma dica de segurança.


Doenças oculares e direção


Código Brasileiro de Trânsito prevê a idade que inicia a concessão para a direção veicular, que é de 18 anos, porém não determina um limite para encerrar tal atividade. Porém, segundo especialistas de trânsito, dirigir um veículo não é um procedimento tão simples, como muitos imaginam.


Para uma direção considerada segura, o motorista depende de três funções que são básicas: 60 anos respondem de forma mais lenta ao volante, em relação aos que têm até 50 anos. E apenas 3% das pessoas do grupo avaliado pela Instituição foram multados ou se envolveram em algum tipo de acidente de trânsito em 2012.


Dados esses que mostram que os idosos são mais prudentes, além de ter mais experiência no volante; entre os homens, a média do tempo de direção é de 48 anos, aproximadamente e as mulheres são habilitadas há 40 anos, segundo dados coletados pelo HC.

Segundo o Departamento de Trânsito do Paraná, o idoso tem o perfil de um motorista educado e cuidadoso, atencioso às leis de trânsito e que conduz de forma segura. Mas algumas atitudes podem reverter esse perfil, em função das características dos motoristas brasileiros.


O nervosismo no trânsito por parte dos mais jovens exige do idoso grande habilidade psicomotora na interação de estímulos e respostas imediatas, requerendo atenção re- dobrada. Observando por este ângulo, a direção veicular pode se tornar mais complexa de ser realizada na terceira idade, principalmente se o idoso apresentar algum pro- blema de visão.

Enxergar bem é primordial para conduzir um veículo, visando à segurança de quem conduz e de todos que estão à volta. Para controle desse aspecto, no Brasil, é obrigatória a realização de exame oftalmológico por médicos ligados à Associação Brasileira de Medicina de Trânsito. São realizados, também, os exames de Aptidão Física e Mental e Avaliação Psicológica, previstos em lei.


No caso dos motoristas com idade até 65 anos, é pre- ciso renovar o exame a cada cinco anos; acima desta idade, a periodicidade é de três anos. Em relação à categoria profissional da CNH, há para o idoso a exigência de visão máxima, em ambos os olhos; caso seja detectado o contrário, ele só poderá ter a concessão na categoria de motorista amador.

• A cognitiva, que é ligada ao raciocínio, entendimento, memória, comunicação, atenção, concen- tração e respostas imediatas; • A motora, que responde pela liberdade de mo- vimentos, rapidez, força, agilidade, coordenação;

• A sensório-perceptiva, que envolve a sensibili- dade tátil, visão, audição e percepção.


Porém, as funções destacadas acima consistem em uma parte das questões que precisam ser bem avaliadas.

Quais os problemas de visão que podem impossibilitar o idoso à direção? Catarata: segundo a Organização Mundial de Saúde, 50% dos indivíduos com idade entre 65 e 74 anos têm catarata; o número aumenta para quem tem acima de 75 anos (75%). Esta patologia é a principal causa de cegueira tratável nos países em desenvolvi- mento.


Existem 161 milhões de deficientes visuais no mundo, e a catarata é responsável por 47,8% de todos os casos (dados da OMS). As dificuldades visuais provenientes da catarata têm po- tencial de interferir na realização de algumas atividades e podem levar à diminuição da acuidade visual, aumentando os riscos de acidente no trânsito. Além disso, a opacificação do cristalino pode diminuir a sensibilidade ao contraste e redução do campo visual, resultando no aumento dos riscos, mesmo quando o problema acomete apenas um olho.


Segundo estudos, motoristas com ca- tarata tem risco de 2,5 vezes maior de se envolver em acidentes de trânsito, com relação aos que não tem o problema. A acuidade visual, sensibilidade ao contraste e recuperação ao ofuscamento tendem a reduzir em pacientes que passaram por cirurgia.

De acordo com artigo publicado no site da Abramet, dificuldades para dirigir à noite ou ao entardecer e estimar distâncias decresceram de 82% no pré-operatório para 5% no pós-operatório de pacien- tes que se submeteram à cirurgia de catarata.

Glaucoma: no caso da perda de fibras retinianas periféricas, o campo visual diminui até se tor- nar “tubular”, características de estágio avançado da doença. Essa diminuição visual periférica limita a percepção visual, causando prejuízo à direção veicular.


O glaucoma é a principal causa de diminuição de campo visual em idosos. Em relação ao trânsito, pode aumentar o número de acidentes porque o motorista com glaucoma pode não enxergar outros carros, ciclistas e pedestres que estejam no campo da visão periférica. Porém, se a doença foi diagnosticada de forma precoce, é provável que o paciente possa continuar dirigindo, principalmente se não apresentar perda significativa no campo visual. A descoberta prematura do problema possibilita que o oftalmologista indique um tratamento apropriado, desace- lerando a progressão da doença.


É importante que o portador de glaucoma perceba suas limitação, quando for necessário dirigir, e peça ajuda com o intuito de preservar a segurança de todos, nas ruas e estradas, inclusive a dele. Alguns sinais podem ser percebidos, apontando para o momento de parar de dirigir e buscar apoio:

• No caso de perda da visão lateral, pois dificulta a visão e a reação imediata, no caso de obstáculos na estrada/rua; • Sensibilidade à luz, quando o condutor leva mais tempo para se acostumar com a luz do sol ou o brilho dos faróis à noite; • Quando a visão fica turva, por ser complicado perceber imagens claras e movimento. Como exemplo: uma pessoa atravessando a rua ou outros carros passando; • No caso de acidentes, é sempre importante reavaliar a ca- pacidade de dirigir com segurança.

Degeneração macular relacionada à idade: doença degenerativa que afeta a mácula e acomete pessoas com mais de 50 anos; dentre os vários fatores de risco, a idade é o mais forte. A principal causa de diminuição de campo visual em idosos é o glaucoma.


Nas formas avançadas, os pacientes podem apresentar graves disfunções na visão central. Dentre os sintomas os mais comuns estão: embaçamento da visão central, distorção da imagem e visão reduzida, podendo levar a uma mancha central e a uma importante perda da visão. Porém, as condições para um paciente com glaucoma dirigir vão depender do grau de perda de campo visual e da baixa visão periférica. Estudiosos analisaram a relação entre a visão periférica e o desempenho de motoristas e foi observado que há uma significativa associação entre a perda da visão periférica e a quantidade de acidentes.

Retinopatia diabética: no caso de uma complicação do diabetes mellitus, que atinge 3% da população brasileira, e junto com o glaucoma e a catarata, e representa uma das prin- cipais causas da cegueira em todo o mundo. A doença pode ser um fator impeditivo, definitivo, para dirigir. Isso acontece no caso da evolução da doença e significativa agressão ocu- lar.


A fotocoagulação (PRP) é o tratamento com potencial de diminuir a perda visual severa na retinopatia proliferativa dia- bética, quando relacionado à redução do campo visual. O exame oftalmológico anual é de grande importância para que o especialista detecte a doença que está interferindo na dire- ção veicular.


Outras condições comuns em pessoas idosas po- dem ser relacionadas aos acidentes de trânsito, como: doenças pulmonares e cardiovasculares; doença cardíaca isquêmica; ar- ritmias; apneia do sono; doenças neurológicas; AVC; Mal de Alzheimer; Mal de Parkinson; neuropatias; convulsões; polifarmácia; artrites; hipertensão e o uso de álcool.


A presbiopia, ou vista cansada, que afeta o indivíduo por volta dos 40 anos, também pode ser um problema para quem dirige. Por isso, o oftalmolo- gista orienta sobre a necessidade do uso do óculo para dirigir; neste caso é especifico para enxergar de perto.

Para o idoso, parar de dirigir não deve estar relacionado à idade, mas às condições físicas e psicológicas. Tanto o mo- torista quanto a família devem observar sinais de perigo na prática da atividade; se o idoso sempre bate o carro, tem dificuldades para estacionar, passa pelo sinal verme-lho por não distinguir as cores, é preciso buscar a ajuda de um especialista.


A direção veicular torna o idoso integrado à família, à socieda- de e conectado com o mundo. Um bom caminho é estimulá-lo e deixá-lo motivado. Caso sempre sejam apontadas as limitações, pode haver um problema de baixa autoestima e pode causar depressão, acelerando o processo degenerativo e a desarmonia interna. Para um bom desempenho ao volante, seguem alguns procedimentos nas condições médicas mais comuns do idoso para preservação da segurança na direção: • Angina dirigindo: pare o carro até controle dos sintomas;

• Infarto agudo do miocárdio com colocação de marca-passo: parar de dirigir por um mês;

• Síncope de origem desconhecida: parar de dirigir por um ano;

• AVC ou Ataque Isquêmico Transitório: parar de dirigir por pelo menos um mês;

• Epilepsia: não dirigir por um ano depois de retirada das drogas e por três anos, se dirigir à noite;

• Diabetes Mellitus controlada com dieta: não há problemas para direção veicular;

• Diabetes Mellitus controlada com hipoglicemiantes orais: com comprovação de ausência de problemas visuais ou hipoglicemia. Licença anual para dirigir;

• Diabetes Mellitus controlada com insulina: licença semestral para dirigir. A confirmação de boa saúde a cada renovação do exame médico;

• Demência recente: permitida a direção até onde conseguir “insights” e níveis adequados de julgamento, além de nãoapresentar desorientação temporal e espacial. Renovação anual da licença para dirigir;

• Fixe um espelho auxiliar no seu carro. Ele pode melhorar o seu campo de visão. Atenção: Todo médico deve saber se o seu paciente faz uso da direção veicular!


Fonte:Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Departamento de Trânsito do Paraná.

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